Segundas Séries
Paul
Ricoeur (1913-2005) foi um filósofo francês do período que seguiu a II Guerra
Mundial. Além de filósofo, foi pesquisador na Universidade de Yale, nos Estados
Unidos.
Para
ele, o indivíduo possui duas dimensões:
(1)
como membro de uma sociedade
(2)
ser independente e autônomo, a que ele denomina no “sentido moral”.
Enfim,
para ele o ser humano é um indivíduo autônomo e independente.
Paul
Ricoeur questiona o processo de individualização. Como nos individualizamos?
Nos individualizamos através da Linguagem.
A Linguagem
é o ponto de partida; por meio dela nos expressamos e dizemos o mundo, ou seja,
é a uma forma de colocar para fora aquilo que pensamos.
Através
da linguagem o ser humano é capaz de dizer o indivíduo de três formas:
I. DESCRIÇÕES DEFINIDAS:
existe um entrecruzamento de categorias para designar um indivíduo “O executivo
que sempre compra o jornal de esportes”
EXECUTIVO: de
todos os executivos nos referimos ao que sempre compra o jornal de esportes.
JORNAL DE ESPORTES: de
todas as pessoas do mundo nos referimos ao indivíduo que sempre compra o
jornal.
II. NOMES PRÓPRIOS:
definição específica e permanente (singularidade do indivíduo) “Luis eu me
refiro ao Luis, resta me especificar suas propriedades: O Luis da casa azul da
esquina.”
III. INDICADORES: que
podem ser pronomes pessoais (eu e tu); pronome demonstrativo (isto e aquilo);
advérbio de lugar (aqui e além); advérbio de tempo (amanhã e agora); além de
outras categorias gramaticais.
Os
indicadores são diferentes dos nomes porque podem designar seres diferentes.
Ipseidade
Aquilo
que é determinante para diferenciar um ser de outro(s); o atributo próprio,
característico e único de um ser, que o difere dos demais.
A Ipseidade
é a fala que usamos para dizer o que pertence ao indivíduo à sua singularidade.
Aquilo que entre os vários de uma espécie, diferencia um só.
Somos
seres que nos caracterizamos por intuir o mundo pela linguagem. Ela nos
proporciona o que somos: seres que fazem uso desta linguagem para se expressar,
ouvir e interpretar.
Dizer
quem somos: quem é este (eu), para falar deste (eu) temos que narrar e ao
narrar somos obrigados a dizer a ação desse sujeito.
Tudo
isso se dá pelas nossas ações, as ações no difere e nos coloca como seres
únicos dentre muitos.
Exercícios:
1- A ética propõe
reflexão acerca dos valores que servem de sustentáculo às ações humanas, os
quais são aceitos como bons ou maus, corretos ou incorretos, justos ou
injustos, com base naquilo que é estabelecido pelas civilizações humanas que vivem
e convivem em um determinado tempo e em um determinado local, mantendo intensa
interação cultural, política e econômica com outras tantas comunidades humanas
nacionais e transnacionais.
Tendo como referência o conteúdo impresso no texto base, é
plausível conceber a ética como:
a.
Um tratado filosófico
que visa a estabelecer receituário meramente prático às ações humanas de
caráter moral. Nesse sentido, como o ser humano dever agir se constitui em uma
tomada de decisão estritamente individual.
b.
Um processo de
reflexão dos princípios que servem de substrato às ações humanas morais que são
próprias para cada contexto social e de cada espaço de convivência humana,
possuindo uma dimensão comunitária, intercomunitária e/ou planetária.
c.
Uma descrição das
normas de boa convivência humana, que independem dos fatores tempo e espaço no
que se refere à comunidade humana a quem se lhes aplicam normas morais.
d.
Uma reflexão dos
princípios morais que sustentam a vida das civilizações pertencentes ao mundo
ocidental. Assim, tendo em vista o modo de vida dos povos indígenas, por
exemplo, não nos é permitido realizar nenhum tipo de reflexão ética ou moral
relativamente aos seus costumes, suas tradições e suas regras de comportamento
social.
e.
Uma reflexão acerca
das ações humanas livres, que são determinadas com base em padrões morais
absolutos e universais. Nesse sentido, as ações humanas se revestem de uma
moralidade anti-histórica e antissocial.
2- Vida moral e
exercício da cidadania estão profundamente imbricados e são também uma
exigência para o bem viver na contemporaneidade. Com base nessa informação, é correto afirmar:
a.
O exercício da cidadania não implica uma vida moral.
b.
O aprendizado da convivência não implica nada de moralidade.
c.
A vivência da moralidade não tem nenhuma relação com a
cidadania.
d.
A vivência da moralidade não se relaciona com nada que
implique a vida no coletivo.
e.
A vivência da moralidade é condição de construção do bem
estar coletivo e colabora para que os interesses individuais não se sobreponham
aos interesses da maioria.
3- A função fundamental
da ética consiste em capacitar o ser humano a:
a.
desconsiderar a opinião alheia e seguir só os seus
instintos.
b.
vigiar e punir a conduta humana, respeitando certos limites.
c.
escolher a opinião alheia que deve pautar o comportamento de
todos.
d.
investigar a conduta moral do homem na sociedade e refletir
sobre ela.
e.
agir em função dos interesses próprios, na busca da
realização dos seus desejos.
4- “O sujeito ético
procede a um descentramento, tornando-se capaz de superar o narcisismo
infantil, e move-se na direção do outro, reconhecendo sua igual humanidade.”
(ARANHA; MARTINS, 2009, p. 23).
Com base nessa afirmativa, que expressa uma atitude de um sujeito
ético, é correto afirmar:
a.
Respeitar aos outros é condição de não moralidade.
b.
Promover discriminação e preconceito é tarefa de um sujeito
ético.
c.
A submissão e o temor são marcas de uma educação para a
autonomia.
d.
Incentivar a violência em qualquer nível é uma marca de um
sujeito ético.
e.
Considerar o outro como também um sujeito de direitos é
fundamental para a convivência democrática e cidadã.
5- O texto publicado na
Revista Veja pelo leitor Marcelo Saramago da cidade do Rio de Janeiro,
demonstrando a sua indignação com a atual conjuntura política dos transportes,
no Brasil, comenta que:
“O que são 20 centavos em comparação ao
mensalão? O que são 20 centavos perto de todas as obras superfaturadas,
inacabadas ou mal-acabadas? O que são 20 centavos quando há vários políticos
condenados (que nós ainda não conseguimos entender por que não estão atrás das
grades), querendo calar o Ministério Público e arregimentar a Justiça? Vinte
centavos foram o pingo que faltava para transbordar a nossa paciência, para
tirar todos que bancam essa farra da inércia.”
Fonte: REVISTA VEJA. São Paulo: Abril, ano 46, nº 26, 24
jun. 2013.
Pode-se observar na carta do leitor um questionamento para
uma melhor compreensão da realidade política brasileira. Essa é uma
característica da filosofia, denominada
a
- metafísica.
b-
paradigma.
c-
indução.
d-
reflexão.
e-
paixão.