O Existencialismo
Na antiguidade: Para Aristóteles, a essência humana existe antes mesmo de o ser humano existir. Ao longo da vida humana, a essência vai se realizando com a ação.
Para ilustrarmos o pensamento de Aristóteles
podemos utilizar como exemplo uma semente:
Uma semente de maçã é uma maçã em potência, ou
seja, a semente traz em si mesma a identidade do fruto da macieira e da própria
macieira.
O crescimento da macieira nada mais é do que a realização de sua essência.
Na contemporaneidade: A filosofia existencial se opõe a ideia de Aristóteles e afirma que, no caso do ser humano, “a existência precede a essência”. O ser humano não tem essência ao nascer; vai construindo aquilo que é ao longo de sua vida, ao longo de sua existência.
Vamos destacar aqui o filósofo Jean Paul Sartre (https://www.ebiografia.com/jean_paul_sartre/)
Sartre abandona a ideia de natureza humana, pois se não nascemos com uma essência, não temos uma natureza, o que temos é uma condição, a “condição humana”.
A condição humana determina que o ser humano
construa sempre sua identidade. Ele nunca é alguma coisa, ele sempre está em
determinada condição. Vocês hoje estão estudantes, assim como um dia estarão
universitários, profissionais de determinada área, etc. Mas nenhuma dessas
realidades dá ou dará a vocês uma identidade fixa. Por isso, Sartre afirma que
o humano não é propriamente um ser, mas um vir-a-ser, na medida em que ele é
sempre um projeto.
Para Sartre “o homem está condenado a ser livre”,
pois a única escolha que ele não pode fazer é a de não ser livre. O ser humano
é livre porque sua existência é gratuita, contingente, não tem uma finalidade
definida. Na medida em que é nada, o humano pode ser tudo, pode ser qualquer
coisa.
A liberdade se traduz no ato da escolha. Temos
todas as possibilidades, e temos sempre que escolher entre essas
possibilidades.
Exemplo: Se você está na escola, pode decidir
assistir ou não à aula.
E toda escolha tem suas consequências, pelas quais
somos responsáveis. Assim, a liberdade gera em nós uma angústia: a angústia de
ter que decidir, a angústia de se saber responsável pela escolha e por suas
consequências.
A escolha gera uma responsabilidade por toda a
humanidade, pois alguém escolhe sempre para si mesmo e pelos outros. Se
escolho, por exemplo, a vida do crime, estou afirmando que ela é uma boa opção,
e não apenas para mim, mas para todos os outros seres humanos. E sou
responsável por ela.
Na conferência que Sartre fez em 1946 defendeu que o “existencialismo é um humanismo”.
Exercício de reflexão.
Vamos refletir sobre o que nos diz a poetisa
brasileira Cora Coralina:
“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar, porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é decidir.”
(Cora Coralina).
Nenhum comentário:
Postar um comentário