Este blog foi criado para apresentar a filosofia aos meus alunos e a todos os que se interessarem. O objetivo é fazer com que os jovens possam ter acesso ao conteúdo filosófico de forma lúdica e acessível. Maria Aparecida Souza Oliveira
segunda-feira, 10 de agosto de 2020
Indutivismo, Falsificacionismo e a Estrutura das Revoluções Científicas
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Sartre e o Existencialismo
O Existencialismo
Na antiguidade: Para Aristóteles, a essência humana existe antes mesmo de o ser humano existir. Ao longo da vida humana, a essência vai se realizando com a ação.
Para ilustrarmos o pensamento de Aristóteles
podemos utilizar como exemplo uma semente:
Uma semente de maçã é uma maçã em potência, ou
seja, a semente traz em si mesma a identidade do fruto da macieira e da própria
macieira.
O crescimento da macieira nada mais é do que a realização de sua essência.
Na contemporaneidade: A filosofia existencial se opõe a ideia de Aristóteles e afirma que, no caso do ser humano, “a existência precede a essência”. O ser humano não tem essência ao nascer; vai construindo aquilo que é ao longo de sua vida, ao longo de sua existência.
Vamos destacar aqui o filósofo Jean Paul Sartre (https://www.ebiografia.com/jean_paul_sartre/)
Sartre abandona a ideia de natureza humana, pois se não nascemos com uma essência, não temos uma natureza, o que temos é uma condição, a “condição humana”.
A condição humana determina que o ser humano
construa sempre sua identidade. Ele nunca é alguma coisa, ele sempre está em
determinada condição. Vocês hoje estão estudantes, assim como um dia estarão
universitários, profissionais de determinada área, etc. Mas nenhuma dessas
realidades dá ou dará a vocês uma identidade fixa. Por isso, Sartre afirma que
o humano não é propriamente um ser, mas um vir-a-ser, na medida em que ele é
sempre um projeto.
Para Sartre “o homem está condenado a ser livre”,
pois a única escolha que ele não pode fazer é a de não ser livre. O ser humano
é livre porque sua existência é gratuita, contingente, não tem uma finalidade
definida. Na medida em que é nada, o humano pode ser tudo, pode ser qualquer
coisa.
A liberdade se traduz no ato da escolha. Temos
todas as possibilidades, e temos sempre que escolher entre essas
possibilidades.
Exemplo: Se você está na escola, pode decidir
assistir ou não à aula.
E toda escolha tem suas consequências, pelas quais
somos responsáveis. Assim, a liberdade gera em nós uma angústia: a angústia de
ter que decidir, a angústia de se saber responsável pela escolha e por suas
consequências.
A escolha gera uma responsabilidade por toda a
humanidade, pois alguém escolhe sempre para si mesmo e pelos outros. Se
escolho, por exemplo, a vida do crime, estou afirmando que ela é uma boa opção,
e não apenas para mim, mas para todos os outros seres humanos. E sou
responsável por ela.
Na conferência que Sartre fez em 1946 defendeu que o “existencialismo é um humanismo”.
Exercício de reflexão.
Vamos refletir sobre o que nos diz a poetisa
brasileira Cora Coralina:
“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar, porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é decidir.”
(Cora Coralina).
Platão e a Formação do Estado
Platão (428 a.c), foi discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles.
Platão demonstrou sua preocupação com a política e sua organização nos livros: A República, O Político e As Leis. Seu ponto de partida para o desenvolvimento de suas teorias foi a sociedade ateniense.
Através de seus estudos, chegou a conclusões
importantes quanto à consciência política por parte dos cidadãos: essa
consciência deveria ser ensinada, principalmente aos jovens durante a sua base educacional.
Os estudos de Platão indicaram, para ele, que há três formas de governo, três tipologias possíveis de se governar uma sociedade:
1 - democracia
2 - aristocracia
3 - monarquia
Estas formas de governo são classificadas por Platão como formas puras e, como tudo tem dois lados, essas formas puras possuem sua versão impura, ou seja, ruim, danosa, quando adotadas.
Tipologia de governo para Platão
As formas de governo puras correspondem primeiramente ao modo como são exercidas. A democracia, governo de muitos, do povo (demo=povo, cracia=governo); aristocracia, governo de alguns (poucos) intelectuais e comerciantes; e a monarquia, governo de um só (o Rei-Filósofo).
É importante salientar que apesar de termos herdado o conceito de democracia da Grécia Antiga, atualmente nossa democracia é muito diferente da que foi outrora (somente os homens livres (que representavam aproximadamente 30% de uma população), sendo que estrangeiros, escravos (era assim naquele tempo) e mulheres não tinham direito a voto.
Quando não bem exercidas, essas formas se degeneram, a democracia degenera em uma anarquia, a monarquia se transforma em uma tirania; a aristocracia em oligarquia, quando essas degenerações acontecem significa que o governante não está mais governando para e pelo seus governados, ou seja, está interessado apenas em seus próprios interesses.
O democrático, segundo Platão, se corrompe pelo
desejo de liberdade, o aristocrata é corrompido pelo desejo de riqueza e o
monarca, para manter-se no poder utiliza-se da violência.