Quando nasce a
metafísica a pergunta que se faz é: “O
que é a realidade que o nosso pensamento conhece?”
A filosofia inicia a
investigação a partir do objeto do conhecimento, partindo da afirmação da
existência da realidade e de que ela poderia ser conhecida verdadeiramente pela
razão ou pelo pensamento.
Pressupõem-se a
existência da realidade exterior ao pensamento, a filosofia nasceu como um
realismo, e desse realismo nasceu a metafísica.
A
metafísica é a investigação
filosófica que gira em torno da pergunta “O
que é?”. Este “é” possui dois
sentidos:
1)
Significa
‘existe’, de modo que a pergunta se refere à realidade e pode ser transcrita
como: “O que existe?”;
2)
Significa
‘natureza própria de alguma coisa’, de modo que a pergunta se refere à essência
da realidade, podendo ser transcrita como: “Qual é a essência daquilo que
existe?”.
Existência
e essência da realidade em seus múltiplos aspectos são, assim, os temas
principais da metafísica. Ela investiga os fundamentos, os princípios e as
causas de todas as coisas e o ser íntimo de todas as coisas, indagando por que
elas existem e por que são o que são.
A
história da metafísica pode ser dividida em três grandes períodos, o primeiro
deles separado dos outros dois pela filosofia de David Hume.
1.
Período
que vai de Platão e Aristóteles ( século IV e III a. C.) até Hume ( século
XVIII d. C.) ;
2.
Período
que vai de Kant ( século XVIII) até a fenomenologia de Husserl ( século XX);
3.
Metafísica
ou ontologia contemporânea, a partir dos anos de 1920.
Primeiro
período
- investiga aquilo
que é ou existe, a realidade em si;
-
é um conhecimento racional apriorístico, ou seja, não se baseia nos dados
obtidos pela experiência sensível (empiricamente), mas nos puros conceitos
formados pelo pensamento puro ou pelo intelecto;
-
exige a distinção entre ser e parecer ou entre realidade e aparência, seja porque, para alguns
filósofos, a aparência é irreal e falsa, seja porque, para outros filósofos, a
aparência só pode ser compreendida e explicada pelo conhecimento da realidade
que se pertence a ela.
Até
Platão o conhecimento racional era o mais importante, a partir do pensamento
aristotélico o conhecimento empírico fornece alimento para o pensamento,
citação de Aristóteles:
Todos
os homens têm, por natureza, desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer das
sensações, pois, fora até da sua utilidade, elas nos agradam por si mesmas e,
mais que todas as outras, as visuais. Com efeito, não só para agir, mas até
quando não nos propomos operar coisa alguma, preferimos, por assim dizer, a
vista aos demais. A razão é que ela é, de todos os sentidos, o que melhor nos
faz conhecer as coisas e mais diferenças nos descobre. (ARISTÓTELES, 1973, p.
211).
Metafísica ou
Ontologia
O termo metafísica não foi empregado pelos
filósofos gregos, ele só aparece no ano 50 a. C., quando Andrônico de Rodes
recolheu e classificou as obras de Aristóteles que haviam ficado perdidas por
muitos séculos. Com essa sentença – tà
meta tà physica-, ou o que Aristóteles chamou de Filosofia primeira, cujo
tema é o estudo do “Ser enquanto ser”. Desse modo, o que Aristóteles chamou de
Filosofia Primeira passou a ser designado como Metafísica.
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