sábado, 12 de agosto de 2017

Concepção de Metafísica - Terceiras séries



Quando nasce a metafísica a pergunta que se faz é: “O que é a realidade que o nosso pensamento conhece?” 
A filosofia inicia a investigação a partir do objeto do conhecimento, partindo da afirmação da existência da realidade e de que ela poderia ser conhecida verdadeiramente pela razão ou pelo pensamento.
Pressupõem-se a existência da realidade exterior ao pensamento, a filosofia nasceu como um realismo, e desse realismo nasceu a metafísica.


A metafísica é a investigação filosófica que gira em torno da pergunta “O que é?”. Este “é” possui dois sentidos:

1)      Significa ‘existe’, de modo que a pergunta se refere à realidade e pode ser transcrita como: “O que existe?”;
2)      Significa ‘natureza própria de alguma coisa’, de modo que a pergunta se refere à essência da realidade, podendo ser transcrita como: “Qual é a essência daquilo que existe?”.
Existência e essência da realidade em seus múltiplos aspectos são, assim, os temas principais da metafísica. Ela investiga os fundamentos, os princípios e as causas de todas as coisas e o ser íntimo de todas as coisas, indagando por que elas existem e por que são o que são.
A história da metafísica pode ser dividida em três grandes períodos, o primeiro deles separado dos outros dois pela filosofia de David Hume.

1.      Período que vai de Platão e Aristóteles ( século IV e III a. C.) até Hume ( século XVIII d. C.) ;
2.      Período que vai de Kant ( século XVIII) até a fenomenologia de Husserl ( século XX);
3.      Metafísica ou ontologia contemporânea, a partir dos anos de 1920.

Primeiro período
- investiga aquilo que é ou existe, a realidade em si;
- é um conhecimento racional apriorístico, ou seja, não se baseia nos dados obtidos pela experiência sensível (empiricamente), mas nos puros conceitos formados pelo pensamento puro ou pelo intelecto;
- exige a distinção entre ser e parecer ou entre realidade e aparência, seja porque, para alguns filósofos, a aparência é irreal e falsa, seja porque, para outros filósofos, a aparência só pode ser compreendida e explicada pelo conhecimento da realidade que se pertence a ela.
Até Platão o conhecimento racional era o mais importante, a partir do pensamento aristotélico o conhecimento empírico fornece alimento para o pensamento, citação de Aristóteles:
Todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer das sensações, pois, fora até da sua utilidade, elas nos agradam por si mesmas e, mais que todas as outras, as visuais. Com efeito, não só para agir, mas até quando não nos propomos operar coisa alguma, preferimos, por assim dizer, a vista aos demais. A razão é que ela é, de todos os sentidos, o que melhor nos faz conhecer as coisas e mais diferenças nos descobre. (ARISTÓTELES, 1973, p. 211).  

Metafísica ou Ontologia

 O termo metafísica não foi empregado pelos filósofos gregos, ele só aparece no ano 50 a. C., quando Andrônico de Rodes recolheu e classificou as obras de Aristóteles que haviam ficado perdidas por muitos séculos. Com essa sentença – tà meta tà physica-, ou o que Aristóteles chamou de Filosofia primeira, cujo tema é o estudo do “Ser enquanto ser”. Desse modo, o que Aristóteles chamou de Filosofia Primeira passou a ser designado como Metafísica

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