Este blog foi criado para apresentar a filosofia aos meus alunos e a todos os que se interessarem. O objetivo é fazer com que os jovens possam ter acesso ao conteúdo filosófico de forma lúdica e acessível. Maria Aparecida Souza Oliveira
domingo, 13 de agosto de 2017
sábado, 12 de agosto de 2017
Concepção de Metafísica - Terceiras séries
Quando nasce a
metafísica a pergunta que se faz é: “O
que é a realidade que o nosso pensamento conhece?”
A filosofia inicia a
investigação a partir do objeto do conhecimento, partindo da afirmação da
existência da realidade e de que ela poderia ser conhecida verdadeiramente pela
razão ou pelo pensamento.
Pressupõem-se a
existência da realidade exterior ao pensamento, a filosofia nasceu como um
realismo, e desse realismo nasceu a metafísica.
A
metafísica é a investigação
filosófica que gira em torno da pergunta “O
que é?”. Este “é” possui dois
sentidos:
1)
Significa
‘existe’, de modo que a pergunta se refere à realidade e pode ser transcrita
como: “O que existe?”;
2)
Significa
‘natureza própria de alguma coisa’, de modo que a pergunta se refere à essência
da realidade, podendo ser transcrita como: “Qual é a essência daquilo que
existe?”.
Existência
e essência da realidade em seus múltiplos aspectos são, assim, os temas
principais da metafísica. Ela investiga os fundamentos, os princípios e as
causas de todas as coisas e o ser íntimo de todas as coisas, indagando por que
elas existem e por que são o que são.
A
história da metafísica pode ser dividida em três grandes períodos, o primeiro
deles separado dos outros dois pela filosofia de David Hume.
1.
Período
que vai de Platão e Aristóteles ( século IV e III a. C.) até Hume ( século
XVIII d. C.) ;
2.
Período
que vai de Kant ( século XVIII) até a fenomenologia de Husserl ( século XX);
3.
Metafísica
ou ontologia contemporânea, a partir dos anos de 1920.
Primeiro
período
- investiga aquilo
que é ou existe, a realidade em si;
-
é um conhecimento racional apriorístico, ou seja, não se baseia nos dados
obtidos pela experiência sensível (empiricamente), mas nos puros conceitos
formados pelo pensamento puro ou pelo intelecto;
-
exige a distinção entre ser e parecer ou entre realidade e aparência, seja porque, para alguns
filósofos, a aparência é irreal e falsa, seja porque, para outros filósofos, a
aparência só pode ser compreendida e explicada pelo conhecimento da realidade
que se pertence a ela.
Até
Platão o conhecimento racional era o mais importante, a partir do pensamento
aristotélico o conhecimento empírico fornece alimento para o pensamento,
citação de Aristóteles:
Todos
os homens têm, por natureza, desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer das
sensações, pois, fora até da sua utilidade, elas nos agradam por si mesmas e,
mais que todas as outras, as visuais. Com efeito, não só para agir, mas até
quando não nos propomos operar coisa alguma, preferimos, por assim dizer, a
vista aos demais. A razão é que ela é, de todos os sentidos, o que melhor nos
faz conhecer as coisas e mais diferenças nos descobre. (ARISTÓTELES, 1973, p.
211).
Metafísica ou
Ontologia
O termo metafísica não foi empregado pelos
filósofos gregos, ele só aparece no ano 50 a. C., quando Andrônico de Rodes
recolheu e classificou as obras de Aristóteles que haviam ficado perdidas por
muitos séculos. Com essa sentença – tà
meta tà physica-, ou o que Aristóteles chamou de Filosofia primeira, cujo
tema é o estudo do “Ser enquanto ser”. Desse modo, o que Aristóteles chamou de
Filosofia Primeira passou a ser designado como Metafísica.
quarta-feira, 2 de agosto de 2017
Para as 3ªs séries - Terceiro Bimestre
Descartes e o Racionalismo
Hume e o Empirismo
Kant e o Criticismo
Sobre as Formas de Conhecimento
*Experiência: Filosofia.- Conhecimento
adquirido através do uso dos sentidos .
*Conhecimento a priori:- Conhecimento adquirido sem a necessidade da
experiência.
*Conhecimento a posteriori:- Conhecimento ao qual se chega
depois de uma experiência.
*Sensação:- Processo de natureza física e/ou
psíquica em que um estímulo ou um fator externo ou interno provoca uma reação
física ou emocional em um indivíduo ou em um grupo; impressão física ou
psíquica: sensação de frio: sensação de medo: Teve a sensação de que alguém
havia entrado.
*Reflexão:- Pensamento sério ou meditação
profunda a respeito de determinado assunto, problema, ou sobre si mesmo. Ensaio
sobre um assunto, uma temática: Reflexões sobre a globalização e seus efeitos.
Atenção aplicada ao processo do entendimento, aos fenômenos da consciência e às
próprias ideias.
Da Distinção
Entre o Conhecimento Puro e o Empírico
Não se pode duvidar de que todos os
nossos conhecimentos começam com a experiência, porque, com efeito, como
haveria de exercitar-se a faculdade de se conhecer, se não fosse pelos objetos
que, excitando os nossos sentidos, de uma parte, produzem por si mesmos
representações, e de outra parte, impulsionam a nossa inteligência a
compará-los entre si, a reuni-los ou separá-los, e deste modo à elaboração da
matéria informe das impressões sensíveis para esse conhecimento das coisas que
se denomina experiência?
No tempo, pois, nenhum conhecimento precede a experiência, todos começam por ela.
Mas se é verdade que os conhecimentos derivam da experiência, alguns há, no entanto, que não têm essa origem
exclusiva, pois poderemos admitir que o nosso conhecimento empírico seja um
composto daquilo que recebemos das impressões e daquilo que a nossa faculdade
cognoscitiva lhe adiciona (estimulada somente pelas impressões dos sentidos);
aditamento que propriamente não distinguimos senão mediante uma longa prática
que nos habilite a separar esses dois elementos.
Surge desse modo uma questão que não se
pode resolver à primeira vista: será possível um conhecimento independente da
experiência e das impressões dos sentidos?
Tais conhecimentos são denominados “a priori”, e distintos dos empíricos,
cuja origem é a posteriori”, isto é, da
experiência.
(...) Assim, se alguém escava os
alicerces de uma casa, “a priori” poderá esperar que ela desabe, sem precisar
observar a experiência da sua queda, pois, praticamente, já sabe que todo corpo
abandonado no ar sem sustentação cai ao impulso da gravidade. Assim esse
conhecimento é nitidamente empírico.
Consideraremos, portanto, conhecimento “a priori”, todo aquele que seja
adquirido independentemente de qualquer experiência. A ele se opõem os opostos
aos empíricos, isto é, àqueles que só o são “a posteriori”, quer dizer, por meio da experiência.
Kant, Emmanuel. Introdução- http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/critica.html#2>
Acesso em 05/05/2013.
Questões:
1º Qual a ideia principal do texto?
2º Para Kant, o que é o conhecimento a priori e conhecimento a posteriori?
3º Apresente uma relação de conhecimentos que você
já elaborou sobre uma de suas atividades antes mesmo de tê-la vivenciado.
Para as 2ªs séries - Terceiro Bimestre
Jean Paul Sartre - Século XX
O Existencialismo
Na antiguidade:
Para Aristóteles, a essência humana existe antes mesmo de o ser humano existir. Ao longo da vida humana, a essência vai se realizando com a ação.
Para ilustrarmos o pensamento de Aristóteles podemos utilizar como exemplo uma semente:
Uma semente de maçã é uma maçã em potência, ou seja, a semente traz em si mesma a identidade do fruto da macieira e da própria macieira.
O crescimento da macieira nada mais é do que a realização de sua essência.
Na contemporaneidade:
A filosofia existencial se opõe a ideia de Aristóteles e afirma que, no caso do ser humano, “a existência precede a essência”. O ser humano não tem essência ao nascer; vai construindo aquilo que é ao longo de sua vida, ao longo de sua existência.
Vamos destacar aqui o filósofo Jean Paul Sartre ( https://www.ebiografia.com/jean_paul_sartre/)
Sartre abandona a ideia de natureza humana, pois se não nascemos com uma essência, não temos uma natureza, o que temos é uma condição, a “condição humana”.
A condição humana determina que o ser humano construa sempre sua identidade. Ele nunca é alguma coisa, ele sempre está em determinada condição. Vocês hoje estão estudantes, assim como um dia estarão universitários, profissionais de determinada área, etc. Mas nenhuma dessas realidades dá ou dará a vocês uma identidade fixa. Por isso, Sartre afirma que o humano não é propriamente um ser, mas um vir-a-ser, na medida em que ele é sempre um projeto.
Para Sartre “o homem está condenado a ser livre”, pois a única escolha que ele não pode fazer é a de não ser livre. O ser humano é livre porque sua existência é gratuita, contingente, não tem uma finalidade definida. Na medida em que é nada, o humano pode ser tudo, pode ser qualquer coisa.
A liberdade se traduz no ato da escolha. Temos todas possibilidades, e temos sempre que escolher entre essas possibilidades.
Exemplo: Se você está na escola, pode decidir assistir ou não à aula.
E toda escolha tem suas consequências, pelas quais somos responsáveis. Assim, a liberdade gera em nós uma angústia: a angústia de ter que decidir, a angústia de se saber responsável pela escolha e por suas consequências.
A escolha gera uma responsabilidade por toda a humanidade, pois alguém escolhe sempre para si mesmo e pelos outros. Se escolho, por exemplo, a vida do crime, estou afirmando que ela é uma boa opção, e não apenas para mim, mas para todos os outros seres humanos. E sou responsável por ela.
Na conferência que Sartre fez em 1946 defendeu que o “existencialismo é um humanismo”.
Exercício de reflexão.
Vamos refletir sobre o que nos diz a poetisa brasileira Cora Coralina:
“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar, porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é decidir.” ( Cora Coralina).
Gostaria que os alunos lessem o texto: O existencialismo é um humanismo, pegar o texto no blog de filosofia – http://gostandodefilosofia.blogspot.com.br/p/1-sartrej-p.html
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