O filósofo americano John Rawls e a Justiça Social:
A
sociedade justa
De certo modo Rawls retoma, no quadro do liberalismo social de hoje, a
discussão ocorrida nos tempos da Grécia Antiga, no século 5 a.C., registrada na
"República" , de Platão. Ocasião em que, por primeiro, debateu-se
quais seriam os fundamentos de uma sociedade justa. Para o filósofo americano
os seus dois pressupostos são:
1) igualdade de oportunidade aberta a todos em
condições de plena equidade e:
2) os benefícios nela auferidos devem ser
repassados preferencialmente aos membros menos privilegiados da sociedade, satisfazendo
as expectativas deles, porque justiça social é, antes de tudo, amparar os
desvalidos.
Para conseguir-se isso é preciso, todavia, que uma dupla operação
ocorra. Os talentosos, os melhor dotados (por nascimento, herança ou dom),
devem aceitar com benevolência em ver diminuir sua participação material (em
bens, salários, lucros e status social), minimizadas em favor do outros, dos
desassistidos. Esses, por sua vez, podem assim ampliar seus horizontes e suas esperanças
em dias melhores, maximizando suas expectativas.
Para que isso seja realizável numa moderna democracia de modelo
representativo é pertinente concordar inclusive que os representantes dos menos
favorecidos (partidos populares, lideranças sindicais, minorias étnicas, certos
grupos religiosos, e demais excluídos, etc..), sejam contemplados no jogo
político com a ampliação da sua deputação, mesmo que em detrimento momentâneo
da representação da maioria. Rawls aqui introduz o principio ético do altruísmo
a ser exigido ou cobrado dos mais talentosos e aquinhoados - a abdicação
consciente de certos privilégios e vantagens materiais legítimas em favor dos
socialmente menos favorecidos.
Fonte: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2003/04/13/001.htm
- ( Acesso, 19/10/2013).
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