quarta-feira, 8 de novembro de 2023

A Condição Humana - Hannah Arendt


A Vita Activa é considerada pela filósofa Hannah Arendt a expressão que designa três atividades fundamentais da vida humana, são elas:
O Labor que podemos classificar como a atividade biológica do corpo humano, a qual favorece a manutenção das necessidades básicas para sobrevivência humana."A condição do labor é a própria vida". (Arendt, 1991, pág,15)
O Trabalho é a possibilidade da criação humana, é o que favorece as artificialidades da existência e nos coloca no mundo. "A condição humana do trabalho é a mundanidade".(Arendt, 1991, pág,15)
A Ação, é relação entre os homens, desde a Grécia Antiga com o filósofo Aristóteles, podemos pensar no Homem como um ser político, isto é, um ser que é interdependente, vive em harmonia ou desarmonia com outros homens, Arendt acredita na ação humana diante das relações políticas e éticas, o respeito pelo modo de ser de cada um e de si mesmo . "A pluralidade é a condição da ação humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista, ou venha a existir." (Arendt, 1991, pág,15)

Bibliografia: 
Arendt, Hannah. A Condição Humana. Tradução de Roberto Raposo. RJ. Ed. Forense Univ. 1991.

Obsolescência Programada.


A Obsolescência programada é uma das grandes responsáveis pelo aumento do consumo e da geração de lixo.

Também chamada de obsolescência planejada, é quando um produto lançado no mercado se torna inutilizável ou obsoleto em um período de tempo relativamente curto de forma proposital, ou seja, quando empresas lançam mercadorias para que sejam rapidamente descartadas e estimulam o consumidor a comprar novamente.
                                                                                                                            Fonte: - Brasil Escola.

domingo, 11 de junho de 2023

O Trabalho Segundo Hegel e Arendt

 Segundo a visão de Hegel:

Hegel percebe que o trabalho é a mola que impulsiona o desenvolvimento humano; é no trabalho que o homem se produz a si mesmo; o trabalho é o núcleo a partir do qual podem ser compreendidas as formas complicadas da atividade criadora do sujeito humano. No trabalho se encontra tanto a resistência do objeto (que nunca pode ser ignorada) como o poder do sujeito, a capacidade que o sujeito tem de encaminhar, com habilidade e persistência, uma superação dessa resistência.

Foi com o trabalho que o ser humano “desgrudou” um pouco da natureza e pôde, pela primeira vez, contrapor-se como sujeito ao mundo dos objetos naturais. Se não fosse o trabalho, não existiria a relação sujeito-objeto.

O trabalho criou para o homem a possibilidade de ir além da pura natureza. “A natureza, como tal, não cria nada de propriamente humano”, observa o filósofo soviético Evald Iliênkov. O homem não deixa de ser um animal, de pertencer à natureza; porém, já não pertence inteiramente a ela. Os animais agem apenas em função das necessidades imediatas e se guiam pelos instintos (que são forças naturais); o ser humano, contudo, é capaz de antecipar na sua cabeça os resultados das suas ações, é capaz de escolher os caminhos que vai seguir para tentar alcançar suas finalidades. A natureza dita o comportamento aos animais; o homem, no entanto, conquistou certa autonomia diante dela.

O trabalho permitiu ao homem dominar algumas das energias da natureza; permitiu-lhe, como escreveu o brasileiro José Arthur Giannotti, ter “parte da natureza à sua disposição”.

Para Arendt (2007, p.90): O Labor

“O labor tem um estatuto natural. Concerne ao processo biológico da vida – ao ciclo vital da natureza. Uma vez que o labor corresponde ao movimento circular de nascimento, desenvolvimento e perecimento, ele é o espaço natural da manutenção da vida. Ele tem por meta garantir a conservação da espécie humana. Tendo em vista que o labor visa assegurar a preservação do gênero humano, a sua atividade consiste em satisfazer as necessidades fisiológicas da existência humana. Ora, partindo do pressuposto que tudo que é produzido pelo labor deve ser consumido, o seu exercício sempre será uma repetição interminável. Só poderá ser esgotado com a extinção da existência”.

Para Arendt (2007, p. 149): O Trabalho

“Trata do artificialismo da existência humana, não contida no ciclo vital da espécie. Esses produtos, não compensam a mortalidade. O trabalho produz o mundo artificial do homem. A condição humana do trabalho é a mundanidade. O trabalho traz a ideia de produção de bens que são duradouros e que não se integram ao corpo humano para a manutenção de sua vida. A obra é uma atividade que transcende o que é naturalmente dado. Ela consiste na capacidade de o homem construir um mundo artificial, ou seja, um mundo que transcenda o ambiente natural em que ele vive. Por meio da obra, o homem modifica o mundo e o ambiente em que se encontra. Ele se torna artífice de um mundo que lhe é próprio. E é por isso que a condição humana para a obra é o fato mesmo de estarmos no mundo, a ‘mundanidade’”.

Gonzaguinha - Um Homem Também Chora

https://www.youtube.com/watch?v=u5Avvw1UyXI

REFERÊNCIAS:

ARENDT, Hannah. A Condição Humana/Hannah Arendt; tradução de Roberto Raposo – 10 ed. – Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.

Konder, Leandro. O que é dialética / Leandro Konder. — São Paulo: Brasiliense, 2008. — (Coleção Primeiros Passos: 23)

sábado, 27 de maio de 2023

A Trajetória dos Direitos Humanos



               "Os direitos humanos (ou qualquer outra garantia, a exemplo da igualdade), segundo Hannah Arendt, ao contrário de quase tudo que afeta a existência humana, não é um dado, mas o resultado da ação de organização humana, ainda que orientada para princípios de justiça. Para Arendt, não se nasce igual, torna-se igual. O pertencimento a um grupo politicamente organizado é que garante essa decisão e essa constatação". (LAFER, p.410, 2006)

LAFER. Celso, A Reconstrução dos Direitos Humanos- um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt, São Paulo: Companhia das Letras, 2006.