sexta-feira, 24 de abril de 2020

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sexta-feira, 17 de abril de 2020

Ética Aristotélica



Segundas Séries


 A Ética dos Antigos, com destaque para Aristóteles

Na práxis, o agente, a ação e a finalidade do agir são inseparáveis. Assim, por exemplo, dizer a verdade é uma virtude do agente, inseparável de sua fala verdadeira e de sua finalidade, que é proferir uma verdade. Na práxis ética somos aquilo que fazemos e o que fazemos é a finalidade boa ou virtuosa. Ao contrário, na técnica, diz Aristóteles, o agente, a ação e a finalidade da ação estão separados, sendo independentes uns dos outros. Um carpinteiro, por exemplo, ao fazer uma mesa, realiza uma ação técnica, mas ele próprio não é essa ação nem é a mesa produzida pela ação. A técnica tem como finalidade a fabricação de alguma coisa diferente do agente e da ação fabricadora. Dessa maneira, Aristóteles distingue a ética e a técnica como práticas que diferem pelo modo de relação do agente com a ação e com a finalidade da ação. Também devemos a Aristóteles a definição do campo das ações éticas. Estas não só são definidas pela virtude, pelo bem e pela obrigação, mas também pertencem àquela esfera da realidade na qual cabem a deliberação e a decisão ou escolha.
Em outras palavras, quando o curso de uma realidade segue leis necessárias e universais, não há como nem por que deliberar e escolher, pois as coisas acontecerão necessariamente tais como as leis que as regem determinam que devam acontecer.
Não deliberamos sobre as estações do ano, o movimento dos astros, a forma dos minerais ou dos vegetais. Não deliberamos e nem decidimos sobre aquilo que é regido pela Natureza, isto é, pela necessidade. Mas deliberamos e decidimos sobre tudo aquilo que, para ser e acontecer, depende de nossa vontade e de nossa ação. Não deliberamos e não decidimos sobre o necessário, pois o necessário é o que é e o que será sempre, independentemente de nós. Deliberamos e decidimos sobre o possível, isto é, sobre aquilo que pode ser ou deixar de ser, porque para ser e acontecer depende de nós, de nossa vontade e de nossa ação. Aristóteles acrescenta à consciência moral, trazida por Sócrates, a vontade guiada pela razão como o outro elemento fundamental da vida ética.
A importância dada por Aristóteles à vontade racional, à deliberação e à escolha o levou a considerar uma virtude como condição de todas as outras e presente em todas elas: a prudência ou sabedoria prática. O prudente é aquele que, em todas as situações, é capaz de julgar e avaliar qual a atitude e qual a ação que melhor realizarão a finalidade ética, ou seja, entre as várias escolhas possíveis, qual a mais adequada para que o agente seja virtuoso e realize o que é bom para si e para os outros.
Se examinarmos o pensamento filosófico dos antigos, veremos que nele a ética afirma três grandes princípios da vida moral:

1. por natureza, os seres humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só podem ser alcançados pela conduta virtuosa;
2. a virtude é uma força interior do caráter, que consiste na consciência do bem e na conduta definida pela vontade guiada pela razão, pois cabe a esta última o controle sobre instintos e impulsos irracionais descontrolados que existem na natureza de todo ser humano;
3. a conduta ética é aquela na qual o agente sabe o que está e o que não está em seu poder realizar,  referindo-se, portanto, ao que é possível e desejável para um ser humano. Saber o que está em nosso poder significa, principalmente, não se deixar arrastar pelas circunstâncias, nem pelos instintos, nem por uma vontade alheia, mas afirmar nossa independência e nossa capacidade de autodeterminação.

O sujeito ético ou moral não se submete aos acasos da sorte, à vontade e aos desejos de um outro, à tirania das paixões, mas obedece apenas à sua consciência – que conhece o bem e as virtudes – e à sua vontade racional – que conhece os meios adequados para chegar aos fins morais. A busca do bem e da felicidade são a essência da vida ética.

Podemos resumir a ética dos antigos em três aspectos principais:

1. o racionalismo: a vida virtuosa é agir em conformidade com a razão, que conhece o bem, o deseja e guia nossa vontade até ele;
2. o naturalismo: a vida virtuosa é agir em conformidade com a Natureza (o cosmos) e com nossa natureza (nosso ethos), que é uma parte do todo natural;
3. a inseparabilidade entre ética e política: isto é, entre a conduta do indivíduo e os valores da sociedade, pois somente na existência compartilhada com outros encontramos liberdade, justiça e felicidade.

A ética, portanto, era concebida como educação do caráter do sujeito moral para dominar racionalmente impulsos, apetites e desejos, para orientar a vontade rumo ao bem e à felicidade, e para formá-lo como membro da coletividade sociopolítica. Sua finalidade era a harmonia entre o caráter do sujeito virtuoso e os valores coletivos, que também deveriam ser virtuosos.

História e virtudes

Viemos observando que os valores morais modificam-se na História porque seu conteúdo é determinado por condições históricas. Podemos comprovar a determinação histórica do conteúdo dos valores, examinando as virtudes definidas em diferentes épocas. Se tomarmos a Ética a Nicômaco, de Aristóteles, nela encontraremos a síntese das virtudes que constituíam a areté (a virtude ou excelência ética) e a moralidade grega durante o tempo em que a polis autônoma foi a referência
social da Grécia.  Aristóteles distingue vícios e virtudes pelo critério do excesso, da falta e da moderação: um vício é um sentimento ou uma conduta excessivos, ou, ao contrário, deficientes; uma virtude, um sentimento ou uma conduta moderados.

Resumidamente, eis o quadro aristotélico:



Marilena Chaui, Convite á Filosofia, Ed. Ática, São Paulo, 2000.

As virtudes: o justo meio

A virtude (areté) é a expressão maior da excelência de uma pessoa, de sua integridade, de sua identidade. A paixão, por outro lado, torna-a confusa, dividida entre desejos contrários, conflitantes, opostos. Alguém sob o domínio da paixão pode inclinar-se ao vício, que é o excesso ou a falta da paixão. A virtude é encontrar, pelo uso da razão, o meio-termo entre esses extremos, que Aristóteles chamou de justo meio.

Suponha-se alguém dominado pelo prazer (que, para Aristóteles, é uma paixão). Esse alguém pode ser libertino (um dos extremos do prazer prazer em excesso) ou insensível (o extremo oposto: falta de prazer), O justo meio, aqui, é a temperança, à qual se chega pelo uso da razão.

A virtude, assim, está ligada à razão. E, como todo homem é dotado de razão, todo homem pode alcançar a virtude. Basta identificar a paixão que o domina, reconhecer seus extremos e procurar, racionalmente, seu justo meio.

A maior de todas as virtudes, diz Aristóteles, é a justiça. Sua força sobre as demais consiste em sua perfeição, porque quem é justo projeta-se mais para o outro do que para si mesmo. Em outras palavras, tudo que protege o conjunto dos indivíduos (a sociedade) é mais importante do que aquilo que protege somente um dos membros dessa sociedade, Por isso, dos males, a injustiça é o maior, pois destrói o tecido social.
                                                
Política e Estado
Como Platão, Aristóteles também faz um estudo dos regimes políticos, divididos em monarquia, aristocracia e politeia ou república. Tal qual Platão, Aristóteles considera que cada um deles pode degenerar a monarquia, em tirania; a aristocracia, em oligarquia; a democracia, em anarquia.

O melhor dos regimes possíveis consistirá em uma combinação do que há de melhor em cada um deles. O melhor da república é a liberdade e a igualdade; da monarquia, a capacidade de criar riquezas; e da aristocracia, sua excelência, capacidade e qualidades intelectuais,

Entre os escritos políticos de Aristóteles, a Constituição de Atenas, descoberta no século XIX no Egito, ocupa um lugar especial. Essa obra era parte das 158 constituições que Aristóteles reunira a fim de ter uma base empírica para a reflexão sobre teoria política.

“Uma constituição é a ordem ou distribuição dos poderes de um Estado, isto é, a maneira como são divididos, a sede da soberania e o fim a que se propõe a sociedade.”

Aristóteles, Política, III, 1278b 6-10

Os estudantes farão um resumo do texto no caderno, destacando os principais conceitos do pensamento ético antigo, tanto das questões éticas, quanto das questões políticas. Depois farão uma destaque das virtudes: três virtudes e o que elas significam na prática e três vícios que podem ser tanto de excesso, quanto da falta e  o que  esses vícios significam na prática, podem fazer isso no caderno e fotografem e enviem pelo whatsApp privado.

Áreas da Filosofia



Primeiras Séries




O que é filosofia? Uma forma de responder essa questão é através de uma visão geral das suas principais áreas de estudo – metafísica, epistemologia, filosofia moral, filosofia política, lógica, filosofia da arte – e dos vários problemas abordados em cada uma delas.

Conhecer isso permite uma ter uma noção global do que essa disciplina trabalha. Para usar uma analogia, imagine que é um turista explorando uma nova cidade. Você olha o mapa para ter uma visão geral, conhecer algumas avenidas principais e onde estão os pontos de seu interesse, os lugares que deseja visitar. Conhecer as áreas de estudo e problemas da filosofia é como olhar um mapa. Você terá uma visão geral da disciplina e, assim, saberá, em certo sentido, o que ela é e poderá identificar os temas e problemas que deseja conhecer.

Metafísica
A palavra “metafísica” é  um conjunto de textos aristotélicos que significa “aquilo que está depois da física.” Qual o sentido dessa expressão? A física estuda a natureza e seus fenômenos, porém isso não esgota o que pode ser questionado sobre a realidade. Existem aspectos dela que são ainda mais fundamentais.  É essa realidade, que está “depois da física”, o objeto de estudo da metafísica.
Um exemplo clássico de questão metafísica é se o universo é composto apenas por objetos materiais ou se também existem coisas que não são materiais, como a alma ou Deus.
Entre as várias perguntas metafísicas estão:
O que é o ser? Ou seja, quais as características fundamentais disso que chamamos de real?
Por que existe algo em vez de não existir nada?
Qual a origem de tudo o que existe? Existe Deus?
Existe alma?
A mente é algo imaterial? Ou os pensamentos são totalmente produzidos pelo cérebro?
Os seres humanos têm livre-arbítrio? Ou a liberdade não passa de uma ilusão?

Epistemologia
Epistemologia vem do grego episteme que significa “conhecimento” e logos que significa “teoria”. Literalmente, então, trata-se de uma teoria do conhecimento. De maneira geral, essa área da filosofia se ocupa do conhecimento, procura definir o que ele é, como ele é possível, além de abordar tipos específicos de conhecimento, como a ciência.
Algumas das questões colocadas nessa área da filosofia são:
Como sei que existo? Como saber se não está sonhando nesse exato momento?
O que é conhecimento? O que significa afirmar que se conhece algo?
Como conhecemos a realidade?
Quais os limites do nosso conhecimento? O que podemos conhecer e o que não podemos conhecer?
Qual a natureza do conhecimento produzido pela ciência?

Filosofia Moral ou ética
O ser humano vive em sociedade e para que a convivência seja possível existem os códigos morais. A moral, nesse sentido, da origem a uma série de discussões filosóficas. Como, por exemplo:
Será que uma vida justa é feliz?
Qual a natureza da moral? Regras morais são válidas universalmente ou não passam de convenções sociais?
O que é certo e o que é errado?
Além disso, dentro da filosofia moral há a chamada ética prática. Como o nome sugere, se trata de discussões filosóficas sobre problemas práticos presentes nas sociedades contemporâneas. Algumas dessas questões são:
Temos o dever moral de fazer caridade?
Praticar um aborto é moral?
É certo usar animais para alimentação ou pesquisa? Ou todos deveriam se tornar vegetarianos?
É correto praticar  eutanásia?
E quanto ao melhoramento genético, que poderá se tornar possível em breve, quais suas implicações?

Filosofia Política
A filosofia política também pressupõe a convivência do homem em sociedade. Mas nesse caso, o principal objeto de discussão é a própria forma como se da a organização social.
Algumas das questões discutidas pela filosofia política são:
É necessário um governo para a sociedade? Como ele deve ser?
Devemos aceitar a autoridade do Estado?
Quais os limites do poder do governo?
Os cidadãos deveriam ter direitos?
Como distribuir de maneira justa o que é produzido pela sociedade? Justiça é sinônimo de igualdade? Ou de respeito aos direitos individuais?
Qual a natureza das desigualdades de gênero? Elas são justas?

Lógica
Uma das características centrais da filosofia é seu caráter argumentativo. Um filósofo deve saber argumentar para justificar o que diz, portanto, não há nada mais importante que a lógica. Isso porque a lógica estuda as formas corretas e incorretas de argumentação. Em outras palavras, como diferenciar um argumento válido de um argumento inválido. É através de seu estudo que aprendemos a avaliar melhor argumentos apresentados por outras pessoas, saber se são bons ou não, além de possibilitar que melhoremos nossa capacidade de construir argumentos.


Os estudantes farão o destaque de três áreas da Filosofia e suas contribuições para o mundo, além de trazer uma área da Filosofia que tenha surgido no século XX e que, agora, no século XXI esteja ajudando à pensar os problemas da atualidade.  Para isso, farão um pequeno texto exemplificando as devidas áreas e suas contribuições.