Segundos Anos
TEORIA
ÉTICA CONSEQUENCIALISTA
As
consequências de uma ação é que determinam se é moralmente correta ou
incorreta.
TEORIA
ÉTICA HEDONISTA
Todas as atividades humanas têm um objetivo
último, isto é, são meios para uma finalidade que é o ponto de convergência de
todas. Esse fim é a felicidade ou bem-estar. Mais propriamente procuramos em
todas as atividades a que nos dedicamos viver experiências aprazíveis e evitar
experiências dolorosas ou desagradáveis. Esta perspectiva que identifica a
felicidade com o prazer ou o bem-estar tem o nome de hedonismo. Mas trata – se
da felicidade geral e não da individual.
O CRITÉRIO
DA MORALIDADE DE UMA AÇÃO
Segundo Mill a utilidade é o que torna uma ação
moralmente valiosa. O critério da moralidade de um ato é o princípio de
utilidade. Este princípio é o teste da moralidade das ações. Uma ação deve ser
realizada se e só se dela resultar a máxima felicidade possível para as pessoas
ou as partes que por ela são afetadas. O princípio de utilidade é por isso
conhecido também como princípio da maior felicidade. A ideia central do
utilitarismo é a de que devemos agir de modo a que da nossa ação resulte a
maior felicidade ou bem - estar possível para as pessoas por ela afetadas. Uma
ação boa é a que é mais útil, ou seja, a que produz mais felicidade global ou,
dadas as circunstâncias, menos infelicidade. Quando não é possível produzir
felicidade ou prazer devemos tentar reduzir a infelicidade. Costuma-se resumir
o princípio de utilidade mediante a fórmula «A maior felicidade para o maior
número». Esta fórmula foi cunhada por Francis Hutchinson e não aparece tal e
qual nos escritos de Mill.
MORALMENTE
INCORRETO ou MORALMENTE CORRETO
Ação
moralmente incorreta
A ação que tem más consequências ou dadas as
circunstâncias piores consequências do que ações alternativas.
O que é uma
ação com más consequências?
- Ação cujos resultados não contribuem para um
aumento da felicidade (bem – estar) ou diminuição da infelicidade do maior
número possível de pessoas por ela afetadas.
- Ação egoísta em que a felicidade do maior número
não é tida em conta ou em que só o meu bem – estar ou satisfação é procurado.
- Ação que não se subordina ao princípio de
utilidade.
Ação
moralmente correta
A ação que tem boas consequências ou dadas as
circunstâncias melhores consequências do que ações alternativas.
O que é uma
ação com boas consequências?
-Ação cujos resultados contribuem para um aumento
da felicidade (bem – estar) ou diminuição da infelicidade do maior número
possível de pessoas por ela afetadas.
- Ação subordinada ao princípio de utilidade.
NÃO HÁ
DEVERES ABSOLUTOS
Para o utilitarista as ações são moralmente
corretas ou incorretas conforme as consequências: se promovem imparcialmente o
bem-estar são boas. Isto quer dizer que não há ações intrinsecamente boas. Só
as consequências as tornam boas ou más. Assim sendo, não há, para o
utilitarista, deveres que devam ser respeitados sempre e em todas as
circunstâncias. Se para a ética kantiana, alguns atos como matar, roubar ou
mentir são absolutamente proibidos mesmo que as consequências sejam boas, para
Mill justifica-se, por vezes, matar, deixar morrer, roubar ou mentir.
O PRINCÍPIO
DE UTILIDADE E AS NORMAS MORAIS VIGENTES
As normas morais comuns estão em vigor em muitas
sociedades por alguma razão. Resistiram à prova do tempo e em muitas situações
fazemos bem em segui-las nas nossas decisões. Contudo, não devem ser seguidas
cegamente. Nas nossas decisões morais devemos ser guiados pelo princípio de
utilidade e não pelas normas ou convenções socialmente estabelecidas. Dizer a
verdade é um ato normalmente mais útil do que prejudicial e por isso a norma
«Não deves mentir» sobreviveu ao teste do tempo. Segui-la é respeitar a
experiência de séculos da humanidade. Mas há situações como em que não
respeitar absolutamente uma determinada norma moral e seguir o princípio de
utilidade terá melhores consequências globais do que respeitá–la.
FELICIDADE
GERAL E FELICIDADE INDIVIDUAL
A minha felicidade não é mais importante do que a
felicidade dos outros. O utilitarismo de Mill não defende que tenhamos de
renunciar à nossa felicidade, a uma vida pessoal em nome da felicidade do maior
número. Trata-se através da educação segundo o princípio de utilidade de abrir
um espaço amplo para que a inclinação para o bem geral se sobreponha com
frequência cada vez maior ao egoísmo. O princípio da maior felicidade em Mill
exige que cada indivíduo se habitue a não separar a sua felicidade da
felicidade geral sem deixar de ter projetos, interesses e vida pessoal.
UM EXEMPLO
ILUSTRATIVO DA TEORIA ÉTICA DE MILL
Imagine que um grupo de terroristas se apodera de
um avião em Berlim. Os seus passageiros e tripulantes ficam reféns. Contudo, os
terroristas propõem libertá-los se um cidadão local que eles consideram
envolvido em atividades antiterroristas lhes for entregue para ser morto. Se as
autoridades da cidade não colaborarem no prazo de quatro horas ameaçam fazer
explodir o aparelho com todas as pessoas lá dentro. As autoridades locais sabem
que o cidadão em causa não cometeu o menor crime durante a sua vida e que os
terroristas estão enganados, pois não participou na morte de membros do grupo
que agora dele se quer vingar. Não obstante, sabem que será vã a tentativa de
convencer os terroristas de que estão enganados. Após longa deliberação decidem
entregar o referido cidadão aos terroristas que libertam os reféns e matam quem
queriam matar.
Posição de Mill
Ação moralmente correta
Justificação
Há que ter em conta a ação que produziria mais
felicidade global. O que produz mais infelicidade? Deixar morrer um inocente ou
deixar eventualmente morrer dezenas de inocentes? Quantas famílias não ficariam
enlutadas caso não se cedesse às pretensões dos terroristas? Para Mill
justifica-se, por vezes, matar, deixar morrer, roubar ou mentir. Nenhum desses
atos é intrinsecamente errado e, por isso, os deveres que proíbem a sua
realização não devem ser considerados absolutos. Deve notar – se que estamos a
referir – nos a um caso dramático em que as alternativas – permitir a morte de um ou permitir a morte de
muitos – são ambas repugnantes. Mas há que optar e, segundo Mill, seguir um
princípio como cumpre o dever é vago.
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