"A Escola de Atenas"
Autor - Raffaello Sanzio
Data - 1509-1511 cerca
Técnica - Afresco
Dimensão - 500×770 cm
Local- Museu Vaticano, Città del Vaticano
Apresentação da
obra e dos filósofos que serão trabalhados no bimestre a partir da " A Escola de Atenas" do pintor renascentista Raffaello Sanzio.
Conceito e história do termo: estética só
foi introduzida no vocabulário filosófico em 1750, pelo filósofo alemão
Alexander Baumgarte.
Etimologia:
Estética. Do grego aisthesis, significa “faculdade de sentir”, “compreensão pelos
sentidos”, “percepção totalizante” (perceber o todo).
Segundo Baumgarten a estética é a experiência
sensível, e a partir do estudo da estética pode-se desenvolver uma “ciência do
sensível” (experiência) pensando o sensível segundo um critério.
A estética como uma reflexão filosófica, enquanto
uma experiência do sensível.
Não há experiência estética sem o sensível. Este
sensível nos leva a procurar conhecer o conceito de arte, mas não é qualquer
sensível, mas aquele que a obra de arte nos apresenta.
Seguindo alguns critérios, iremos iniciar esta
experiência ou este movimento, que nos levará à experiência estética:
Observação
[ observar com atenção]
Descrever
[ tentar passar a real figura da obra de arte com palavras]
Interpretar
[ deve basear-se nos elementos da obra]
Avaliação
estética [ atribuir valor: falar sobre as qualidades da obra]
Reflexão
filosófica [ pensar sobre a obra e sobre o que ela significa]
Segundo Paul Valéry:
“A superioridade do homem sobre os restantes seres da natureza, é devida aos seus pensamentos inúteis”.
“A superioridade do homem sobre os restantes seres da natureza, é devida aos seus pensamentos inúteis”.
É na inutilidade da arte que fazemos a diferença,
buscando a contemplação ou a expressão do que sentimos. A obra de arte nos
oferece meios para purificarmos nosso “espírito”, ou alimentar a nossa “mente”.
Exercício de reflexão
Apesar do valor intrínseco
da arte, a educação estética para Schiller não é um fim em si mesmo, mas um
processo pelo qual a humanidade precisa passar para retornar à sua essência
verdadeira. Nesse ponto, terá atingido a necessária liberdade para se
transformar no que achar apropriado dentro das circunstâncias existentes.
(ARANHA e MARTINS, 2009, pág. 445).
Como Schiller, podemos dizer que faz parte da
educação de um povo a inserção na cultura através da aprendizagem estético-filosófica,
cabe ao professor de filosofia apresentar obras que modificaram o modo de
pensar de uma geração, como a obra renascentista de Raffaello Sanzio.
Escola de Atenas exalta a busca racional. O
afresco, emoldurado por um arco pintado, retrata os mais famosos filósofos e
matemáticos da antiguidade, um em diálogo com o outro, dentro de um edifício
clássico imaginário, representada em perspectiva perfeita.
As figuras estão dispostas substancialmente em
dois planos definidos por uma escada ampla que corta toda a cena. Um primeiro e
maior grupo está disposto em ambos os lados de um par central de figuras
conversando, identificados como Platão e Aristóteles. Um segundo grupo independente,
que foram identificados pensadores interessados no conhecimento da natureza e
dos fenômenos celestes, é colocado no primeiro plano do lado esquerdo, ao passo
que uma terceira, que também é independente, restritos e dispostos
simetricamente em relação ao segundo, é difícil a identificação âmbito
intelectual, apesar dos esforços dos estudiosos; pista é a presença de uma
figura identificada em Euclides (ou Arquimedes), o que denota a intenção de
estabelecer uma prova geométrica.
O grande afresco constitui definitivamente um
"manifesto" do homem, uma concepção antropocêntrica Renascentista. O
homem domina a realidade, graças às suas faculdades intelectuais, colocando-se
no centro do universo, em uma linha de continuidade entre a Antiguidade clássica
e o cristianismo. Se a perspectiva recorda a estrutura da antiga basílica, a
geometria em que os personagens estão dispostos simboliza a confiança de Raffaello
na ordem do mundo, uma ordem divina e intelectual ao mesmo tempo.
Segundo Giovanni Reale (1997):
"A arte de Raffaello é um atenuante da
metafísica", a justa medida, o que para Platão coincide com o bem e com a
verdade e [...] é, portanto, o supremo Bem e a Verdade perante o Belo. E eu
acredito que com a assinatura do ‘pequeno entre os grandes’, Raffaello também
se apresenta como um filósofo, sem dúvida, nesta dimensão: a arte é alta
filosofia, como explicação de harmonias numéricas, de beleza visível,
tornando-se harmonias, em última análise, a estrutura do ser".
Referências
Bibliográficas:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando: Introdução à Filosofia/ Maria Lúcia de Arruda Aranha,
Maria Helena Pires Martins. – 4. Ed. – São Paulo: Moderna, 2009.
REALE, Giovanni. La scuola di Atene di Raffaello,
Bompiani, Milão 2005, p. 65-68.
SÃO PAULO, Currículo do Estado. Caderno do
Professor/ Filosofia, 3ª série, vol.1, Nova edição, São Paulo, 2014 – 2017.
THARRATS, Joan-Josep. História Geral da Arte, Ed. Del Prado, 1995, Espanha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário