quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Ética dos Fins - Jeremy Benthan e John Stuart Mill


Aula e Atividades - Itinerário Formativo
Filosofia e Sociedade Moderna


Para o Filósofo Jeremy Bentham o cidadão deveria obedecer ao Estado na medida em que a felicidade geral viria como sua contribuição, ou seja, com sua obediência às leis. Esta felicidade geral ou interesse da comunidade em geral, isto é, uma soma dos prazeres e dores dos indivíduos. Assim, a teoria do direito natural é substituída pela teoria da utilidade, e o principal significado dessa transformação é a passagem de um mundo fictício para o mundo dos fatos (real). É no mundo empírico, afirma Bentham, que é possível a verificação de uma ação ou instituição, sua utilidade ou não.
Jeremy Bentham não pensou somente na análise teórica das ideias sobre o homem como ser social e moral. Toda a sua teoria procurou aplicar na prática, dedicando-se a concepção da legislação de acordo com princípios naturais do ser humano, buscando criar leis que se tornariam acessíveis para qualquer pessoa.
Bentham em sua trajetória contou com a colaboração de vários seguidores do utilitarismo, formando uma escola de renovação de ideias. Entre estes, estavam o filósofo James Mill e seu filho John Stuart Mill.

ESSÊNCIA DO UTILITARISMO
O entendimento da teoria sustentada por Bentham deveria levar em consideração os efeitos reais produzidos. A qualificação dos efeitos teria como base a utilidade, sendo o bom aquilo que traz prazer e mau, o que causa dor. Sob o aspecto social o bom e justo é tudo aquilo que tende a aumentar a felicidade geral.

ÉTICA  UTILITARISTA
Este conjunto de padrões morais depende da sua obrigação – indivíduo – em relação a si mesmo. No momento em que se constrói um sólido conjunto de normas, teremos a capacidade de afetar a felicidade daqueles que nos rodeiam: “A ética privada tem por objetivo a felicidade, sendo este também o da legislação. A ética privada diz respeito a cada membro, isto é, à felicidade e as ações de cada membro, de qualquer comunidade que seja; a legislação, por sua vez, tem a mesma meta” (BENTHAN, 1979, p.65)
O segundo passo é a harmonização da ética privada. Quando há compatibilidade de felicidades individuais, estaremos diante de um objetivo comum. Convertendo este saldo positivo, nos encontramos no âmbito máximo da conveniência coletiva.

Contribuição de John Stuart Mill
A utilidade ou o princípio da maior felicidade, como fundamento da moral, sustenta que as ações são certas na medida em que elas tendem a promover a felicidade e erradas quando tendem a produzir o contrário da felicidade. Por felicidade entende-se prazer e ausência de dor, por infelicidade, dor e privação do prazer”. (MILL, 2000, p.49)
Escolhendo entre aquilo que é certo ou errado, o utilitarismo não configura a análise do ser virtuoso, mas aquilo que ele faz ou deixa de fazer. Esta teoria teve um forte impacto nas decisões coletivas, pois buscou em gravar um sentido de direção voltado para o bem-estar da sociedade. E por esta razão, desde a gênese do utilitarismo idealizado por Bentham esta “escola” está vinculada ao reformismo e ao progresso. Toda sua estrutura está voltada a eliminar os males, a começar pelo sofrimento. Aparentemente o critério se constitui a base da teoria utilitarista não é a felicidade individual, mas a multiplicação da felicidade na maior amplitude possível
A teoria do utilitarismo visa a maior felicidade, não do próprio agente, mas a maior felicidade ao maior número de pessoas envolvidas. Também é defendida a nobreza de caráter, avaliada e classificada de acordo com extensão de seus efeitos ao bem comum.
O comportamento moral manifesta-se na forma de hábitos e costumes. O objetivo do estudo foi a influência deste fato na confecção da legislação, desde a motivação, sua vigência e eficácia (efetividade). Insistindo que os indivíduos são os melhores juízes de sua própria felicidade, Bentham teve uma tendência automática em optar pelo ideal da não interferência por parte do governo. Entretanto, reconheceu que as ações individuais de um indivíduo implicaram freqüentemente na felicidade de outro e que os indivíduos não podem ter o incentivo ou a habilidade de coordenar as ações que melhoram a utilidade agregada.

REFERÊNCIAS
FREITAS, Juarez. As grandes linhas da filosofia do direito. Caxias do Sul : UCS, 1986. p.44
BENTHAM, Jeremy. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979 p.65
MILL, John Stuart. O utilitarismo. São Paulo: Iluminuras, 2000. Tradução de: The utilitarism. p.49
FRANKENA, Willian K. Ética. Rio de Janeiro: Zahar, 1969. 143p. (Curso moderno de filosofia). Tradução de Ethics. p.62

Exercícios:

1 - Qual das alternativas abaixo define melhor o princípio básico do utilitarismo?

A) Uma ação moralmente correta é aquela que está de acordo com a regra “não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizessem para ti”.
B) Uma ação moralmente correta é aquela que produz o maior saldo positivo de prazer ou bem-estar para todos os afetados pela ação, considerados imparcialmente.
C) Uma ação moralmente correta é aquela está de acordo com o imperativo categórico.
D) Uma ação moralmente correta é aquela que gera mais felicidade para o agente.
E) Uma ação moralmente correta é aquela em que a pessoa age com honestidade.

2) Assinale a alternativa que contenha apenas nomes de filósofos utilitaristas:

A) Platão e Stuart Mill.

B) Rousseau e Aristóteles.

C) Kant e Stuart Mill.

D) Stuart Mill e Bentham.

E) Kant e Bentham.

3) Quanto ao conceito de consequencialismo, é correto afirmar que:

A) pressupõe a ideia de que as consequências e as intenções do agente são importantes para avaliar o valor de sua ação.
B) se uma pessoa mentir para alguém, essa sempre será uma ação errada, independente de suas consequências.
C) se uma pessoa tinha uma boa intenção ao realizar uma ação, mas acabou dando errado, sua ação ainda assim está correta.
D) implica a ideia de que apenas as consequências de uma ação são relevantes para avaliar seu valor moral.
E) Nenhuma das anteriores

4) A aplicação do princípio utilitarista que diz que devemos maximizar o bem-estar ou as preferências dos envolvidos na ação exige que o agente utilize, para avaliar se está agindo corretamente,

A) a fé.
B) a razão.
C) a intuição.
D) o imperativo categórico.
E) a emoção.