Este blog foi criado para apresentar a filosofia aos meus alunos e a todos os que se interessarem. O objetivo é fazer com que os jovens possam ter acesso ao conteúdo filosófico de forma lúdica e acessível. Maria Aparecida Souza Oliveira
sexta-feira, 30 de agosto de 2024
terça-feira, 27 de agosto de 2024
Identidade, Alteridade e Diversidade
Os conceitos de
identidade, alteridade e diversidade são conceitos utilizados no campo da Filosofia,
e no campo da Antropologia.
Os três conceitos
subdividem-se em algumas categorias como cultura
e sociedade. O uso dos conceitos de alteridade
e identidade servem como apoio para entender as relações sociais.
Identidade
Identidade é o
conceito está ligado às características do grupo social no qual o indivíduo
está inserido. Alguns fatores tal como a cultura, a história, o local e o
idioma são importantes para que um grupo compartilhe elementos identitários.
A identidade cultural
é uma das divisões do conceito de identidade. É definida a partir da cultura
que o indivíduo entende como sendo sua, bem como das manifestações culturais
que compartilha ao longo da vida como indivíduos.
No mundo são várias as
identidades culturais existentes e elas variam de acordo com a história local,
as construções sociais estabelecidas e as práticas religiosas. A identidade
social e a identidade cultural são desenvolvidas e construídas ao longo do
tempo e também fazem parte da construção de identidade nacional que acompanham,
em geral, os cidadãos de um mesmo país.
Alteridade
A alteridade expressa
e determina a qualidade, estado ou características do outro, ou seja, aquilo
que é diferente daquilo que vivemos. A relação entre o eu e o outro é definida
então pelo conceito de alteridade. No conceito antropológico o eu só pode ser
entendido a partir da interação com o outro.
A noção do outro,
assim como os hábitos e a dinâmica social adotados pelo grupo social colaboram
para o entendimento e assimilação dos mesmos conceitos no eu.
Por isso, o processo
de diferenciação estabelecido entre o eu e o outro é importante para a
definição do entendimento do que eu sou, do que o outro é e, portanto, do que
não sou. Com isso, a partir do entendimento dessas noções é que se firmam as
diferenças entre o eu e o outro.
É importante ressaltar
que o conceito de alteridade não tem intenção de destruir ou diminuir a cultura
do outro, apenas observá-la para estabelecer diferenças entre a nossa cultura e
construções sociais em relação aos mesmos elementos da cultura do outro.
A alteridade pode ser
utilizada tanto com culturas e grupos sociais antigos, como no caso de tribos,
muitas vezes já extintas, quanto em relação a grupos sociais atuais, detentores
de identidades culturais próprias.
Diversidade
A diversidade cultural
é definida como os diversos e diferentes aspectos da cultura, como a linguagem,
a religião, a culinária, as tradições, os costumes e as maneiras de organização
política, familiar e institucional e outros elementos que possam explicar as
características próprias de um determinado grupo social.
A diversidade cultural
ajuda a entender as diversas manifestações culturais existentes ao redor do
mundo. A diversidade cultural marca, portanto, a pluralidade, a diferença e a
especificidade das diferentes manifestações culturais ao redor do mundo.
No Brasil, graças à
grande extensão territorial podem ser observados diferentes conjuntos
culturais. Inclusive, nas diferentes regiões do país elementos estrangeiros são
observados nas práticas culturais regionais, de regiões da Europa, Ásia e
Oriente Médio, África, etc.
Exercícios:
1- (ENEM/2015)
Quanto ao “choque de
civilizações”, é bom lembrar a carta de uma menina americana de sete anos cujo
pai era piloto na Guerra do Afeganistão: ela escreveu que – embora amasse muito
seu pai – estava pronta a deixá-lo morrer, a sacrificá-lo por seu país. Quando
o presidente Bush citou suas palavras, elas foram entendidas como manifestação
“normal” de patriotismo americano; vamos conduzir uma experiência mental
simples e imaginar uma menina árabe maometana pateticamente lendo para as
câmeras as mesmas palavras a respeito do pai que lutava pelo Talibã – não é
necessário pensar muito sobre qual teria sido a nossa reação.
ZIZEK. S. Bem-vindo ao
deserto do real. São Paulo: Bom Tempo. 2003.
A situação imaginária
proposta pelo autor explicita o desafio cultural do (a)
A - prática da diplomacia.
B - exercício da alteridade.
C - expansão da democracia.
D - universalização do progresso.
E - conquista da autodeterminação.
2- (ENEM/2013)
A recuperação da
herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo
cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do
resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar
perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu
movimento para melhor compreendê-lo historicamente.(MINAS GERAIS. Cadernos do
Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro,
1988.)
Com base no texto, a
análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o
candomblé, deve considerar que elas
A - permanecem como reprodução dos valores e
costumes africanos.
B - perderam a relação com o seu passado
histórico.
C - derivam da interação entre valores africanos
e a experiência histórica brasileira.
D - contribuem para o distanciamento cultural
entre negros e brancos no Brasil atual.
E - demonstram a maior complexidade cultural dos
africanos em relação aos europeus.
3-(ENEM/2013)
Própria dos festejos
juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática, oriunda dos salões
franceses, depois difundida por toda a Europa.No Brasil, foi introduzida como
dança de salão e, por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para
sua ocorrência, é importante a presença de um mestre “marcante” ou “marcador”,
pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores desenvolvem.
Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”,
“En
avant”, “Chez
des dames”, “Chez
des chevaliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da
roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”,
“Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc.No Rio de Janeiro, em
contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o francês
aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do
aspecto de competição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por
órgãos de turismo.CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro:
Melhoramentos, 1976.
As diversas formas de
dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a
quadrilha é considerada uma dança folclórica por:
A - possuir como
característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso,
identificar uma nação ou região.
B - abordar as
tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma
nação.
C - apresentar cunho
artístico e técnicas apuradas, sendo, também, considerada dança-espetáculo.
D - necessitar de
vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem.
E - acontecer em
salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.
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