terça-feira, 27 de agosto de 2024

Identidade, Alteridade e Diversidade





Os conceitos de identidade, alteridade e diversidade são conceitos utilizados no campo da Filosofia, e no campo da Antropologia.

Os três conceitos subdividem-se em algumas categorias como cultura e sociedade. O uso dos conceitos de alteridade e identidade servem como apoio para entender as relações sociais.

Identidade
Identidade é o conceito está ligado às características do grupo social no qual o indivíduo está inserido. Alguns fatores tal como a cultura, a história, o local e o idioma são importantes para que um grupo compartilhe elementos identitários.

A identidade cultural é uma das divisões do conceito de identidade. É definida a partir da cultura que o indivíduo entende como sendo sua, bem como das manifestações culturais que compartilha ao longo da vida como indivíduos.

No mundo são várias as identidades culturais existentes e elas variam de acordo com a história local, as construções sociais estabelecidas e as práticas religiosas. A identidade social e a identidade cultural são desenvolvidas e construídas ao longo do tempo e também fazem parte da construção de identidade nacional que acompanham, em geral, os cidadãos de um mesmo país.

Alteridade
A alteridade expressa e determina a qualidade, estado ou características do outro, ou seja, aquilo que é diferente daquilo que vivemos. A relação entre o eu e o outro é definida então pelo conceito de alteridade. No conceito antropológico o eu só pode ser entendido a partir da interação com o outro.

A noção do outro, assim como os hábitos e a dinâmica social adotados pelo grupo social colaboram para o entendimento e assimilação dos mesmos conceitos no eu.

Por isso, o processo de diferenciação estabelecido entre o eu e o outro é importante para a definição do entendimento do que eu sou, do que o outro é e, portanto, do que não sou. Com isso, a partir do entendimento dessas noções é que se firmam as diferenças entre o eu e o outro.

É importante ressaltar que o conceito de alteridade não tem intenção de destruir ou diminuir a cultura do outro, apenas observá-la para estabelecer diferenças entre a nossa cultura e construções sociais em relação aos mesmos elementos da cultura do outro.
A alteridade pode ser utilizada tanto com culturas e grupos sociais antigos, como no caso de tribos, muitas vezes já extintas, quanto em relação a grupos sociais atuais, detentores de identidades culturais próprias.

Diversidade
A diversidade cultural é definida como os diversos e diferentes aspectos da cultura, como a linguagem, a religião, a culinária, as tradições, os costumes e as maneiras de organização política, familiar e institucional e outros elementos que possam explicar as características próprias de um determinado grupo social.

A diversidade cultural ajuda a entender as diversas manifestações culturais existentes ao redor do mundo. A diversidade cultural marca, portanto, a pluralidade, a diferença e a especificidade das diferentes manifestações culturais ao redor do mundo.

No Brasil, graças à grande extensão territorial podem ser observados diferentes conjuntos culturais. Inclusive, nas diferentes regiões do país elementos estrangeiros são observados nas práticas culturais regionais, de regiões da Europa, Ásia e Oriente Médio, África, etc.

Exercícios:

1- (ENEM/2015)
Quanto ao “choque de civilizações”, é bom lembrar a carta de uma menina americana de sete anos cujo pai era piloto na Guerra do Afeganistão: ela escreveu que – embora amasse muito seu pai – estava pronta a deixá-lo morrer, a sacrificá-lo por seu país. Quando o presidente Bush citou suas palavras, elas foram entendidas como manifestação “normal” de patriotismo americano; vamos conduzir uma experiência mental simples e imaginar uma menina árabe maometana pateticamente lendo para as câmeras as mesmas palavras a respeito do pai que lutava pelo Talibã – não é necessário pensar muito sobre qual teria sido a nossa reação.
ZIZEK. S. Bem-vindo ao deserto do real. São Paulo: Bom Tempo. 2003.

A situação imaginária proposta pelo autor explicita o desafio cultural do (a)


A -  prática da diplomacia.

B -  exercício da alteridade.

C -  expansão da democracia.

D -  universalização do progresso.

E -  conquista da autodeterminação.

2- (ENEM/2013)
A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.(MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.)

Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas


A -  permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.

B -  perderam a relação com o seu passado histórico.

C -  derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.

D -  contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.

E -  demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.


3-(ENEM/2013)
Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática, oriunda dos salões franceses, depois difundida por toda a Europa.No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”, “Chez des chevaliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc.No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o francês aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de competição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo.CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos, 1976.

As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a quadrilha é considerada uma dança folclórica por:


A - possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma nação ou região.

B - abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma nação.

C - apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo, também, considerada dança-espetáculo.

D - necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem.

E - acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.