Este blog foi criado para apresentar a filosofia aos meus alunos e a todos os que se interessarem. O objetivo é fazer com que os jovens possam ter acesso ao conteúdo filosófico de forma lúdica e acessível. Maria Aparecida Souza Oliveira
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Para que serve a Utopia?
“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Eduardo Galeano- citando Fernando Birri
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
Crença verdadeira justificada... mas que não é conhecimento por Ayres de Almeida e Desidério Murcho.
Publicado em 50 Lições de Filosofia.
A Rita é apreciadora de carros antigos e tem reparado no Citroën boca‑de‑sapo estacionado num dos lugares reservados à administração, na garagem do edifício da empresa onde trabalha. Ela forma a crença de que um dos administradores da empresa tem um boca‑de‑sapo. Algum tempo depois, a Rita veio a descobrir, com grande surpresa, que o boca‑de‑sapo que viu era afinal de um morador daquela zona, que se aproveitava para estacionar discretamente ali o seu estimado carro. O morador oportunista só tinha conseguido estacionar ali o seu carro simplesmente porque o segurança julgava ser o boca‑de‑sapo de colecção que, por coincidência, a administradora Paula possuía. Até ter sido apanhado.
A Rita é apreciadora de carros antigos e tem reparado no Citroën boca‑de‑sapo estacionado num dos lugares reservados à administração, na garagem do edifício da empresa onde trabalha. Ela forma a crença de que um dos administradores da empresa tem um boca‑de‑sapo. Algum tempo depois, a Rita veio a descobrir, com grande surpresa, que o boca‑de‑sapo que viu era afinal de um morador daquela zona, que se aproveitava para estacionar discretamente ali o seu estimado carro. O morador oportunista só tinha conseguido estacionar ali o seu carro simplesmente porque o segurança julgava ser o boca‑de‑sapo de colecção que, por coincidência, a administradora Paula possuía. Até ter sido apanhado.
O que nos mostra esta história? Em primeiro lugar, mostra‑nos que a Rita formou uma crença verdadeira: que um dos administradores tem um boca‑de‑sapo. Em segundo lugar, que a Rita tem uma justificação razoável para esta crença: ela própria viu um boca‑de‑sapo vários dias estacionado num lugar onde apenas podem ser estacionados veículos dos administradores. Consequentemente, a Rita formou justificadamente uma crença verdadeira; todavia, parece estranho dizer que ela sabia que um dos administradores tinha um boca‑de‑sapo. Isto porque ela ficou surpreendida ao descobrir que o carro não era de um dos administradores mas antes de um morador atrevido das vizinhanças; ora, não costumamos ficar surpreendidos com o que sabemos. Parece, pois, que a Rita tem uma crença verdadeira justificada, mas não tem conhecimento. Isto parece mostrar que não basta que uma crença verdadeira esteja justificada para haver conhecimento. Será que tem de se acrescentar alguma outra condição? Como reagir a contra‑exemplos deste género?
A. Almeida e D. Murcho, Janelas Para a Filosofia, pp.180-181
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